86% das pessoas com mais de 60 anos afirmam sofrer preconceito do mercado de trabalho

Uma pesquisa recente realizada pelo Grupo Croma, intitulada Oldiversity, trouxe à tona uma realidade preocupante: 86% dos brasileiros com mais de 60 anos sentem que sofrem preconceito no mercado de trabalho. Este dado reflete não apenas uma questão de percepção, mas uma barreira real que impede muitos profissionais experientes de continuarem ativos profissionalmente.

A pesquisa revelou que a maior parte dos seniores acredita que as empresas deveriam investir mais na contratação de pessoas mais experientes, com 41% dos entrevistados acima dos 60 anos e 45% do total dos participantes da pesquisa compartilhando essa opinião.

A situação se agravou com a pandemia de Covid-19, especialmente entre o final de 2019 e 2020, quando aproximadamente 800 mil profissionais com mais de 60 anos foram demitidos ou se encontraram desempregados. 

Edmar Bulla, CEO do Grupo Croma, aponta que a crise sanitária exacerbou as desigualdades sociais, especialmente no mercado de trabalho, afetando os idosos que foram categorizados como grupo de risco.

Contrariando o estereótipo de que não estão aptos para o trabalho na era digital, o público sênior demonstrou uma maior percepção de independência em comparação com a média da população. No entanto, o etarismo — discriminação por idade — já começa a afetar também os trabalhadores na faixa dos 50 anos.

De acordo com a pesquisa “Etarismo e Inclusão 2023” da Robert Half, 70% das empresas contratam muito poucos ou nenhum profissional acima dos 50 anos, que representam apenas 5% da força de trabalho nas empresas brasileiras. Isso ocorre mesmo com a população acima dos 50 anos representando mais de 25% da população e 22% da força de trabalho no país.

Diante desse cenário, especialistas e líderes empresariais reconhecem a urgência de ações concretas para promover a inclusão produtiva de talentos sêniores. Amanda Diaz, CPO da keeggo, ressalta que a contratação de pessoas com mais de 60 anos enriquece o ambiente de trabalho com experiência, sabedoria e maturidade, promovendo uma cultura organizacional mais inclusiva.

Sobre o Estudo Oldiversity

O estudo foi realizado com 2 mil entrevistas em todo o Brasil, utilizando um painel on-line com cotas específicas para idade, gênero, classe social, raças, orientação sexual e pessoas com deficiência, garantindo uma visão ampla e diversificada sobre o tema.

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Jornalista especializado em produção de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com experiência em redação e edição de texto.

Formação em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e graduado em jornalismo pela FAM, com cursos livres nas áreas de políticas públicas, economia e finanças.

Começou como estagiário no JC Concursos, mas também acumula experiências como redator na agência de comunicação Neto Angel. Além já atuou como editor na Serasa, Eu Quero Investir e Torcedores.com.