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Disparidade nos laticínios: preço do queijo sobe enquanto do leite despenca

Consumidores questionam a disparidade de preços entre o leite, que registrou queda significativa, e o queijo, que continua caro. Produtores de leite enfrentam dificuldades com a queda dos preços

Queda abrupta de preços tem levado pequenos produtores de leite a abandonar o setor
Queda abrupta de preços tem levado pequenos produtores de leite a abandonar o setor - Divulgação/JC Concursos
Pedro Miranda

Pedro Miranda

redacao@jcconcursos.com.br

Publicado em 04/04/2024, às 16h16

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A disparidade de preços nos laticínios tem deixado consumidores intrigados, principalmente em relação ao aumento contínuo do valor do queijo, mesmo com a queda significativa do preço do leite.

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Em Botucatu, no interior de São Paulo, um consumidor expressou perplexidade ao notar que, apesar do leite estar quase pela metade do preço em comparação ao ano anterior, o queijo continua custando cerca de 50 reais o quilo.

Dados do IPCA revelam que, enquanto o leite longa vida acumulou uma queda anual de 7,9% até fevereiro, o preço do queijo registrou uma diminuição muito menor, de apenas 0,82% no mesmo período.

Uma análise da empresa de pesquisa de mercado Kantar Worldpanel corrobora esses números, mostrando um aumento médio de 9,7% no preço por quilo dos queijos em geral e 12,3% no preço da manteiga entre janeiro do ano passado e o mesmo mês deste ano.

Enquanto os consumidores observam esses aumentos nos supermercados, os produtores de leite enfrentam uma realidade oposta. Em meio a importações recordes de leite em pó, o preço médio do litro de leite pago ao produtor despencou, passando de R$ 3,57 para R$ 1,97 entre agosto de 2022 e outubro de 2023, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP).

Essa queda abrupta de preços tem levado pequenos produtores de leite a abandonar o setor, uma tendência crescente tanto no Brasil quanto em outros países. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o número de produtores de leite vinculados à indústria caiu 18% entre 2021 e 2023, de acordo com o Relatório Socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater-RS).

Essa tendência é especialmente preocupante em um estado como o Rio Grande do Sul, o terceiro maior produtor de leite do país, onde a redução do número de produtores alcançou 61% em oito anos, saindo de 84.199 em 2015 para 33.019 em 2023.

A situação reflete não apenas desafios econômicos locais, mas também preocupações mais amplas sobre a sustentabilidade e a viabilidade do setor leiteiro nacional.

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